28/12/09

Votos de Boas Festas


Venho desta forma desejar a todos os visitantes do blog "Notas De Um Sonho" um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Bem Hajam,

O Vosso Amigo,

Texugo Rezingão

18/12/09

Escuteiros de Sala

Um dos grandes desafios do escutismo predominantemente urbano de hoje é o combate à tendência muitas vezes denominada "escutismo de sala".

E o que é isto do "escutismo de sala" ou "escuteiros de sala"?

Muito resumidamente, estamos a falar de Agrupamentos ou Secções dentro de um Agrupamento que passam 99% do seu ano escutista fechados na sede/abrigo/base/covil/cabana.

Normalmente, os "escuteiros de sala" aparecem impecavelmente uniformizados de acordo com as mais rigorosas determinações centrais, mas não sabem o nome de nenhum outro escuteiro das outras secções.

Agora de uma forma mais séria, o que aqui se pretende transmitir é que em núcleos mais urbanos, muitos agrupamentos, quer pela falta de experiência (agrupamentos recentes, dirigentes sem vivência escutista prévia, etc), quer por acomodação, promovem cada vez menos o espírito de Agrupamento e as actividades outdoor (fora da sede) e de contacto directo com a comunidade.


É certo que muitos de vós já ouviram críticas, muitas vezes juquosas, aos escuteiros/escutismo.

Essas críticas são "mea culpa" nossas, pois com muitos Agrupamentos "enclausurados" dentro das respectivas sedes, sem se mostrarem ao mundo, fazem transparecer para a comunidade que somos uma espécie de sociedade secreta. É preciso ser proactivo na comunidade (e não apenas na comunidade paroquial).

E para nos podermos "projectar" para a comunidade, através de acções e projectos específicos, precisamos também de nos conhecer, agrupar e interagir internamente (a nível do Agrupamento).

A falta de espírito escutista, união e camaradagem leva a situações de rotura a médio prazo. É preciso coragem e espírito aberto para mudar, mas alguém tem que tomar o primeiro passo.

Se há algo que considero fundamental no escutismo é o espírito de Agrupamento. Um espírito aberto, franco, directo e frontal, sem grandes formalidades e "salamaleques". Só assim conseguimos transmitir realmente o que pensamos e planear o futuro, conscientes que não há duas pessoas iguais.


E infelizmente, vejo que neste novo desafio que me propus recentemente, ainda há um longo caminho a percorrer nesse sentido. Talvez, lá está, seja por se enquadrar nos pressupostos que descrevi no quinto paragrafo deste texto. Mas nada é impossível e trabalharei no sentido de melhorar essa situação e sugiro que façais o mesmo nos vossos Agrupamentos, se achardes que lá existe este problema.

Uma ideia interessante é cada agrupamento dedicar meia hora por fim-de-semana a actividades de Agrupamento. Tenho visto alguns agrupamentos a fazer isto e têm conseguido bons resultados.

Mas deixo aqui recomendações que penso serem fundamentais:

- Mais importante que andarmos impecavelmente uniformizados nas reuniões semanais, é incutirmos um espírito de união, confiança e fraternidade nos nossos jovens, com boa disposição e não imposição. Foi o próprio B.P. que criou a expressão "Ask the Boy"!

- Normativas e regras internas servem de orientação. Não devemos ser extremistas, mas sim avaliar situações caso a caso, sempre no melhor interesse do Agrupamento/Movimento

- Todo e qualquer escuteiro tem responsabilidades no espírito que se vive no seio do Agrupamento. É preciso incutir um espírito fraterno e de união nos nossos jovens (e adultos!)

Avança tu também contra a corrente...


Forte Canhota,

Texugo Rezingão

11/12/09

Quo Vadis?! Em Risco?


É com muita pena que correm rumores de que a famosa actividade de Caminheiros/CIL's/Dirigentes "Quo Vadis?!", organizada pelo Clã do Agrupamento 604 Canas de Senhorim, Região de Viseu, corre o risco de não se realizar no próximo ano.

Fontes próximas ao Agrupamento 604 apontam problemas internos e a consequente saída de dirigentes do Agrupamento como as principais razões para esta mítica actividade estar em risco de não se realizar no próximo ano. 

O Quo Vadis!? realiza-se de dois em dois anos, na vila de Canas de Senhorim. É uma actividade de organização puramente local de âmbito nacional, o que verdadeiramente um EXEMPLO A SEGUIR para os restantes Agrupamentos do CNE.

Em números, o Quo Vadis?! mobiliza mais de 400 caminheiros, CIL's e Dirigentes em cada uma das suas edições (cerca de 50% dos efectivos de um Rover Nacional, para se ter um termo comparativo), de todos os pontos do país (incluindo Regiões Autónomas).

Apesar de estar aberta à participação de Dirigentes e CIL's, o "Quo Vadis" é marcadamente um ETC (Encontro Temático de Caminheiros). Teve origem à largos anos atrás, num tempo em que a Região Escutista de Viseu, em particular os seus Caminheiros, participavam activamente nos "ETC's" da Região Escutista de Coimbra. Um dia, e em jeito de "picardia", surgiu a questão "Quando é que vocês fazem algo do género lá em Viseu?"

O desafio foi aceite, e com a coragem, empenho e determinação de várias gerações de Caminheiros de Canas de Senhorim, sempre apoiadas por bravos Pioneiros e Dirigentes do mesmo Agrupamento, surgiram os primeiros "Quo Vadis".

Quem já participou num "Quo Vadis", como é o meu caso, consegue perceber que lá se vive uma atmosfera completamente diferente, de boa disposição e verdadeira fraternidade, fraternidade essa que, infelizmente, muitos dirigentes da Região do Porto teimam em esquecer.

O imaginário do Quo Vadis sempre teve por base uma história infantil, na última edição foi o "Pinóquio", muito bem aproveitada por sinal.

Há mais duas presenças típicas num Quo Vadis: A chuva (a actividade é realizada em pleno Dezembro) e os "Jogos de Pijama".

Entre cada Quo Vadis realiza-se um "Quo-Clã", onde vários convidados vão testar as falhas do sistema para a próxima edição do Quo-Vadis. Também já tive a felicidade de participar nesta iniciativa, juntamente com alguns colegas do CUP.

Deixo aqui o desafio, um pouco nostálgico é certo, para o "pessoal" de Canas rapidamente solucionar os seus problemas e, mais uma vez, nos brindarem com um "Quo Vadis" no próximo ano.

Uma Forte Canhota,

Texugo Rezingão

07/12/09

Eleições à Junta Regional do Porto - A Saga Continua...


Pois é caros amigos,

Parece que a triste saga na sucessão da estrutura regional do Porto do Corpo Nacional de Escutas continua, desta vez através da interferência directa da Junta Central no processo, que até ao momento se encontrava em neutralidade institucional.

No documento publicado, a Junta Central afirma que "o processo eleitoral para os órgãos regionais do Porto não pode ser considerado como um "bom exemplo"."

Vai ainda mais longe, fundamentando que "a declaração de nulidade de uma mesa de voto tem cobertura regulamentar e deve ser declarada em primeira instância pela Comissão Eleitoral Regional (CER)" e que "ao declarar nulo o acto eleitoral da mesa de voto número dois do Núcleo Norte, a CER tinha obrigação de mandar repetir o acto eleitoral (alínea b), do número 2, do artigo 35º do Regulamento Eleitoral do Corpo Nacional de Escutas, aprovado pelo CNR de 24 e 25 de Novembro de 2001 e publicado na Flor de Lis de Fevereiro de 2002."

Posto isto, faço um severo apelo à discussão do problema, no seio da associação e em sede própria, por parte dos associados do Corpo Nacional de Escutas filiados em Agrupamentos da Região do Porto.

Faço também um apelo para que ambas as partes envolvidas se façam representar e tentar chegar a um consenso sobre acções futuras.

É urgente ouvir os dois lados do conflito e tentar encontrar uma solução consensual, sob pena deste assunto se arrastar ainda mais, prejudicando irreversívelmente o normal funcionamento da instituição.

Todos os comentários, de ambos os lados da "barricada", serão bem vindos, pois como já referi em publicações anteriores, estou convicto que todos os problemas que se vivem na nossa Região têm por base o clima de desunião e rivalidade pouco saudável entre os recursos adultos da mesma.

A melhor forma para se combater a desunião é o diálogo, sério e coerente.

Forte Canhota,

Texugo Resingão

P.S - Poderão consultar o comunicado da Junta Central na íntegra em:

http://www.cne-escutismo.pt/In%C3%ADcio/DestaquesdoSite/tabid/1127/articleType/ArticleView/articleId/177/Comunicado-da-Junta-Central.aspx

03/12/09

Tempos Nublosos...

Certamente já todos vós ouviram falar da polémica que, desde à alguns meses para cá, se desenrola na Região Escutista do Porto em torno da sucessão na Chefia Regional da equipa liderada pelo Ch. Carlos Nobre, que se encontra em gestão corrente desde à alguns meses devido a dúvidas apresentadas por alguns associados relativamente à clareza e respectiva legalidade do processo de eleição dos orgãos regionais que teve lugar à alguns meses, à qual se apresentou como candidata uma lista encabeçada pelo Ch. António Calçada.

Toda esta situação me deixa de certa forma perturbado, na medida em que um movimento como o Corpo Nacional de Escutas possui um conjunto de valores éticos muito fortes, e, diria eu, exemplares, se encontra numa situação de impasse como esta.

Não querendo aqui discutir quem terá razão em toda esta polémica, quero deixar um alerta para as terríveis consequências que uma situação como esta trás para o movimento e para os seus associados.

O clima de instabilidade Regional reflecte-se nos Núcleos e Agrupamentos, e isso não é nada positivo para a aplicação do método escutista, muito menos para a imagem que a instituição tem perante a sociedade.

A Região Escutista do Porto não tem, desde 2005, uma grande actividade regional.

É de senso comum que estas actividades servem não só para incentivar o espírito escutista dos nossos jovens, e dar-lhes uma ideia da dimensão do movimento e da região, como também para promover a partilha, conhecimento e troca de experiências entre recursos adultos da Região, reduzindo assim a possibilidade de ocorrência de mal-entendidos (os quais sabe-se que estão em maior parte das vezes relacionados com falta de comunicação e diálogo ou ideias pré-concebidas).

É urgente estabelecer uma periodicidade na organização do Acampamento Regional do Porto, sob pena que a ausência da mesma venha dar uma ideia de desorganização na vida da Região, bem como uma natural desmotivação dos associados jovens e adultos. (apesar disto estou consciente da inviabilidade que teria a realização do mesmo em 2009, em consequência da situação de instabilidade que se vive na Região, daí a urgência de se aniquilar essa mesma instabilidade).

Voltando ao assunto base, todo a forma como o processo se desenrolou foi verdadeiramente vergonhoso, e não querendo aqui discutir quem terá razão (até porque na minha opinião, todas as partes envolvidas estão erradas), dever-se-ia ter procedido de outra forma.

A atitude correcta seria, a meu ver, ao primeiro sinal de dúvida sobre a legalidade do processo eleitoral, a desistência imediata com posterior recandidatura da lista única. Esta situação levava à repetição do processo eleitoral, bem como uma maior informação e envolvimento da Região em todo o processo eleitoral, bem como a quase certa (e saudável) candidatura de mais listas.

É no mínimo estranho como é que numa Região Escutista tão pouco consensual como a Região Escutista do Porto, só se tenha apresentado uma lista única à Junta Regional. É uma total incoerência tanto daqueles que criticam a equipa regional ainda em funções, bem como aqueles que a defendem e pretendem um projecto assente na continuidade.

O arrastamento vergonhoso do resultado eleitoral, bem como a "guerra" SIM/NÃO que ainda hoje se verifica, leva a pensar se é esta associação que pretendemos e acredito que já terá levado alguns a deixa-lo, quer para outras associações, quer mesmo para fora do movimento.

O facto de se ter envolvido directamente o Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional do CNE num assunto Regional, faz passar uma péssima imagem de espírito de fraternidade escutista às restantes Regiões do CNE.

Todos sabemos que os mais prejudicados por esta situação são os associados jovens, que se vêm privados do direito a grandes actividades regionais e um espírito saudável e de união.

Faço assim um apelo para que todas as partes se "sentem à mesa", e tentem encontrar uma solução para o grande mal da Região do Porto e que nos envergonha perante todas as outras:

- A ENORME FALTA DE UNIÃO E FRATERNIDADE NA NOSSA REGIÃO.

Na esperança que as partes envolvidas cheguem a um entendimento e ultrapassem as dificuldades, para uma Região mais Unida, despeço-me com

Uma Forte Canhota,

Texugo Rezingão

02/12/09

Bem Vindos

Boa Tarde Caros Amigos e Irmãos Escutas,

Sejam bem vindos a este novo projecto, denominado "Notas De Um Sonho".

O percurso escutista está todo ele ligado a estes dois factores:

- Notas: Que vamos tomando, quer por escrito, quer mentalmente, acerca de tudo o que observamos, sentimos e vivemos ao longo do nosso percurso escutista.

- Sonho: Que todos nós temos, todos nós temos a nossa visão particular do escutismo e de como gostaríamos que ele fosse.

Neste espaço recém-criado irei publicar artigos de opinião, reflexões e divulgarei iniciativas escutistas que achar interessante.

Não pretendo que seja um espaço monoactivo mas sim pluriactivo, ou seja, os leitores terão papel primordial, inclusive através do envio de artigos e comentários às publicações realizadas.

Contando com a vossa participação e prometendo artigos muito em breve, despeço-me com

Uma Forte Canhota,

Texugo Rezingão